Pensamentos Que a Noite Traz

 

Pensamentos vêm com a noite, olhando para a profunda escuridão do céu. Infinito ou finito? – questionamos, às vezes. O universo é misterioso, um tanto inalcançável; e aquilo que é negativo, parece-me, a humanidade deseja afirmação.

Muitos séculos, milhares, talvez milhões, de escritores e poetas, e também curiosos cientistas, olharam este negro céu noturno e se questionaram, escreveram, desbravaram com lentes, e há algumas décadas, com máquinas, aquilo que lhes era visível, mas ainda há muitas incógnitas, muitas questões não solucionadas.

Talvez, então, a maior destas questões, seja, de fato, o porquê destes pequenos homens, nesta Terra, tais quais grão de areia no deserto, na imensidão do pouco conhecido, estarem aqui se questionando – quiçá mais negando que questionando. Nós olhamos para os céus e nos deslumbramos, falamos belas palavras, envoltos no misterioso, mas, tantas vezes, tantos negam aquilo de mais precioso: a vida tem sentido.

Se o universo for, realmente, finito, uma pergunta fica: “O que há após?”. A mente humana se perturba com perguntas que não pode responder; se não há nada, enlouquecemos; se não há nada, somos apenas o grão de areia perdido na imensidão desconhecida – sem sentido. Se há algo, invisível, além do finito intangível, será, então, Aquele que é onipresente, que transcende o tempo e o espaço, Aquele que tudo criou e dá sentido e propósito à vida. Se for infinito, de igual maneira o será.

Quando olho, então, esta profunda escuridão do céu, tangido por frios ares, não sinto a melancolia destas palavras; vejo beleza; vejo o que para mim é inalcançável, sim, mas talvez alcance com algumas palavras. Vêm-me pensamentos, vem-me a sensibilidade da qual o homem, não ao acaso, foi dotado, vem-me a admiração. Oh! Se o infinito, o intangível, nestas palavras, são descritos; toda a beleza daquilo que olhamos e daquilo que o olhar não alcança eu digo em simples frase: “Tudo para a glória de Deus”.

 

“Os céus declaram a glória de Deus; o firmamento proclama a obra das suas mãos.
Um dia fala disso a outro dia; uma noite o revela a outra noite.
Sem discurso nem palavras, não se ouve a sua voz.
Mas a sua voz ressoa por toda a terra, e as suas palavras, até os confins do mundo.”
(Salmos 19:1-4a)

 

Soli Deo Gloria!

 

Tarciso Rodrigues Martins.

 

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